terça-feira, 17 de novembro de 2009

U.S. ECONOMIC BLOCKADE AGAINST CUBA: INTERNATIONAL POLITICS, TRADE AND INFLUENCES FOR LATIN AMERICA.

In the face of world criticism, the U.S. maintains an economic blockade on Cuba. Knowing the workings of capitalism and global trends in world trade, the U.S. maintained the blockade against Cuba recreate the retrograde actions of the Cold War.

Cuban blockade is little studied and debated in academic circles, which makes it seem natural and irrevocable. This is why Latin America has the twentieth century submissive to the economy and to U.S. interests.

The Cuban blockade is inhumane, unnecessary and contradictory. Does not mean anything for any ideology and cause irreparable harm and misery to the Cuban people. For this reason, the Latin America, almost independent of the U.S. economically, requires changes in this situation and charge the U.S. a more appropriate position in the XXI century.

In this process of modernization of economic relations in Latin America, we find “political left” in progress, announcing nationalist tendencies and proposals for political and economic autonomy. Brazil is the center of this revolution, since it is the great leader of countries seeking changes in the economic world. Powered by the growing economy, the government of President Lula is moving forward in relations with Cuba and, accordingly, has been pressing the U.S. to put an end to this anachronistic question.

Latin America free, first, is to enable countries to establish appropriate economic models for their cultures and their people, assuming, of course, the balance between the interests of capitalists and human development with justice, quality of life, democracy and opportunities for all. The opposite of this is economic oppression.

Written by Eliane Ferreira dos Santos. Article based on the monograph completion of the course of Administration and Commerce Exteiore. Research conducted by the University Europanamericana Humanities.
2009, Cotia, São Paulo, Brazil.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Uma história de ficção científica

COMO lamento criticar Obama, sabendo que, nesse país, houve possivelmente outros presidentes piores que ele. Compreendo que, nos Estados Unidos, esse cargo é hoje uma grande dor de cabeça. Tal vez nada explique melhor que o informado ontem pelo jornal Granma de que 237 membros do Congresso dos Estados Unidos, quer dizer, 44% deles, são milionários. Não significa que cada um deles tenha a obrigação de ser reacionário incorrigível, mas é muito difícil que pense como qualquer dos muitos milhões de norte-americanos que carecem de assistência médica, que não têm emprego ou têm que lutar duramente pela vida.
Obama, evidentemente, não é um mendigo, tem milhões de dólares. Como profissional foi destacado; o seu domínio da língua, sua eloquência e sua inteligência são incontestáveis. Apesar de ser afro-americano, foi eleito presidente pela primeira vez na história de seu país numa sociedade racista, que sofre uma profunda crise econômica internacional, cuja responsabilidade recai sobre si mesma.
Não se trata de ser ou não antiamericano, como o sistema e os seus grandes meios de comunicação pretendem qualificar os seus adversários.
O povo norte-americano não é responsável, mas vítima de um sistema insustentável e o que é pior: incompatível com a vida da humanidade.
O Obama inteligente e rebelde, que sofreu humilhação e racismo durante a infância e a juventude, percebe-o, mas o Obama educado e engajado no sistema e nos métodos que o levaram à presidência dos Estados Unidos não pode resistir à tentação de pressionar, de ameaçar e, inclusive, de enganar os outros.
É obsessivo no trabalho; tal vez nenhum outro presidente dos Estados Unidos seja capaz de se engajar num programa tão intenso como o que se propõe executar nos oito dias próximos.
De acordo com o programa, fará um amplo percurso pelo Alasca, onde falará com as tropas ali estacionadas; pelo Japão, pela Singapura, pela República Popular da China e pela Coreia do Sul; participará da reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) e da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean); terá encontros com o primeiro-ministro do Japão e com Sua Majestade Imperial Akihito, na Terra do Sol Nascente; com os primeiros-ministros da Singapura e da Coreia do Sul; com o presidente da Indonésia, Susilo Bambang; da Rússia, Dmitri Medvedev; e com o presidente da República Popular da China, Hu Jintao; proferirá discursos e participará de entrevistas coletivas; levará sua pasta nuclear, que esperamos que não precise usá-la no seu acelerado percurso.
O seu assessor de Segurança informa que discutirá com o presidente da Rússia a reivindicação do Tratado START-1, que expira em 5 de dezembro de 2009. Sem dúvida, serão acertadas algumas reduções do enorme arsenal nuclear, sem transcendência para a economia e a paz mundial.
De que assunto pensa nosso ilustre amigo tratar nesta intensa viagem? A Casa Branca o anuncia solenemente: a mudança climática, a recuperação econômica, o desarmamento nuclear, a guerra do Afeganistão, os riscos de guerra no Irã e na República Democrática Popular da Coreia. Há material para escrever um livro de ficção.
Mas, como pretende Obama resolver os problemas climáticos se a posição de sua representação nas reuniões preparatórias da Cúpula de Copenhague sobre as emissões de gases de efeito estufa foi a pior de todos os países industrializados e ricos, tanto em Bangcoc como em Barcelona, porque os Estados Unidos não assinaram o Protocolo de Kyoto, nem a oligarquia desse país está disposta verdadeiramente a cooperar.
Como vai contribuir para a solução dos sérios problemas econômicos que afetam grande parte da humanidade se a dívida total dos Estados Unidos — que inclui a do Governo Federal, dos governos estatais e locais, das empresas e das famílias — era, no final de 2008, de US$57 trilhões, que equivaliam a mais de 400% do seu PIB, e se o déficit orçamentário desse país aumentou quase 13% do seu PIB no ano fiscal 2009, dado que, sem dúvida, Obama não ignora.
O que vai oferecer a Hu Jintao, se sua política é francamente protecionista para prejudicar as exportações chinesas, se exige do governo chinês, custe o que custar, a revalorização do iuan, fato que afetaria as crescentes importações do Terceiro Mundo procedentes da China?
O teólogo brasileiro Leonardo Boff — que não é discípulo de Marx, mas católico honesto, desses que não estão dispostos a cooperarem com o imperialismo na América Latina — disse recentemente: "...arriscamos nossa destruição e a devastação da diversidade da vida."
"... quase metade da humanidade hoje vive abaixo do nível de pobreza. Os 20% mais ricos consomem 82,49% de toda a riqueza da terra e os 20% mais pobres têm que se sustentar com um ínfimo 1,6%." Cita a FAO e adverte: "...nos anos próximos, haverá entre 150 e 200 milhões de refugiados climáticos." E acrescenta por sua conta: "Hoje, a humanidade está consumindo 30% a mais da capacidade de restituição... A Terra está dando sinais inequívocos de que já não aguenta mais."
O que afirma é certo, mas Obama e o Congresso dos Estados Unidos ainda o ignoram.
O que nos está deixando no hemisfério? O problema vergonhoso de Honduras e a anexação da Colômbia, onde os Estados Unidos instalarão sete bases militares. Em Cuba estabeleceram também uma base militar há mais de 100 anos e ainda a ocupam pela força. Nela instalaram o horrível centro de tortura, mundialmente conhecido, que Obama até hoje não pôde fechar.
Eu considero que, antes que Obama termine o seu mandato, haverá de seis a oito governos de direita na América Latina que serão aliados do império. Em breve, o setor mais de direita dos Estados Unidos tentará também limitar seu mandato a um período de quatro anos de governo. Um Nixon, um Bush ou alguém parecido com Cheney serão novamente presidentes. Então, vão se ver às claras o que significam essas bases militares absolutamente injustificáveis que hoje ameaçam todos os povos da América do Sul, sob pretexto do combate ao narcotráfico, um problema criado pelas dezenas de bilhões de dólares que nos Estados Unidos são injetados no crime organizado e na produção de drogas na América Latina.
Cuba tem demonstrado que para combater as drogas o que faz falta é justiça e desenvolvimento social. No nosso país, o índice de crimes em cada cem mil habitantes é um dos mais baixos do mundo. Nenhum outro do hemisfério pode mostrar índices tão baixos de violência. É conhecido que, apesar do bloqueio, nenhum outro tem tão elevados níveis de educação.
Os povos da América Latina saberão resistir às agressões do império!
A viagem de Obama parece história de ficção científica.
Fidel Castro Ruz
11 de novembro de 2009
19h16 •